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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Uma bela, três amigos e uma moça

Crônica


Numa mesa de bar a noite numa praça movimentada senta-se a nossa mesa um sujeito cabeludo, sujeito amigo como de longas datas, no fundo sem se esperar mais sussurrava um samba.
Em prosa discutíamos o estado decadente da qualidade da televisão brasileira, uma prosa boa e interessante.
Um sujeito amigo, uma doce e bela namorada e agora um leve gordinho engraçado, sujeito camarada que tem como grande paixão o samba.
Como se já não fosse demais, eu, homem apaixonado e fora de forma, porém de rosto másculo e pintoso percebo da mesa vizinha um olhar feminino que chamara a atenção, logo penso se não seria eu que como um bom aprendiz de gordo, "que gordisse cometi"?
Nada mais que justo senhor.
Não eram minhas gordisses, era apenas a singela beleza de um casal que chamara a atenção de uma moça loura de olhar leve, ela desejava que sua solidão e carência se transformassem um dia naquela cena.
Não nego que por um momento achei que meu rosto másculo e pintoso fosse o motivo dos olhares.
Ah se houvesse um sambista moderno que soubesse traduzir o que elas, damas encalhadas sentem.
Damas honestas de bom timbre, formosuras e simpatias gratuitas ou até algumas de tantos maus tratos, raivosas com medo do futuro.
Damas que esquecidas são vistas como possibilidades, mas que na verdade gostariam de ser vistas como o capítulo final de uma história avassaladora.

4 comentários:

  1. "damas honestas de bom timbre"...
    as conheço - se não todas, uma boa parte - desfilando nas ruas do rio saudoso rio.

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  2. As conhece? Desfilando? haha
    quem são essas damas?
    hahaa

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  3. Um tanto rude...

    mas gostei muito.
    Rude no trato com as tais damas encalhadas e invejosas...
    Mas continuando se nota que não era a intenção.

    Por isso o texto fica ainda melhor.
    É a sua cara... a forma de escolher as palavras especialmente.

    Sincero como uma criança na hora qualificando as pessoas.

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    Respostas
    1. Obrigado magrão me inspirei, é a tentativa de uma crônica sobre aquela noite na cantareira.

      O rude nem sempre é agressivo... que o diga Bukowsky. hahaha

      brigadão mesmo!

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