Gusmão

Arte: Renato Pontello

Rapaz... foi numa tarde de Quinta-Feira, que conheci Gusmão, foi um encontro repentino, ele apareceu correndo em minha mente, parou e disse. Vamos??? daí eu fui!! "poemei" Gusmão.

Gusmão

Desce do morro um garoto Gusmão
das vielas, becos confusos, de nó em nó surge uma escada
na escada não há corrimão, há uma mãe, um amigo, há seu José.
De baixo, olhando pro alto se vê Gusmão, lá vem o Gusmão.
Pra mangueira que não há frutos que nem mesmo morcegos se penduram, Gusmão da um "tchau".
Desce daí menino!
Opa! Dona Maria! Há quantas Marias?
Ah lá, lá vem o Gusmão. Gusmão!!!
Corre da lage um pedaço de pau. Lá, se vê Biloquê. Pô muleque!
Da rua que não é rua. (Por que não seria rua?)
Tem Benedito, que se der mole vende gelo pra Esquimó, malandro Benê.
Os pirralhos que não param de correr.
É final de tarde, quando o sol vem caíndo por de traz dos barracos,
transformando a cena em quadros de um tal, "Van Gogui".
Gusmão, garoto muleque...
Marcelina? ta subindo...Pirulito? ta indo pro campo, carregando junto três amigos da escola.
Gusmão desviou...! foi por pouco... Quase esbarra na Luiza do quatorze.
Menina que Gusmão, jura conseguir um beijo até o final da vida.
Se não correr vai perder o"busão", e quando subir o cobrador, Paulo, vai dar uns cascudos.
Correndo pelas estreitas vielas, cantando o samba do "malandro das antigas", barulho do pé, Alegria no rosto.
Lá vem o Gusmão. Numa placa esta escrito "vende-se sacolé", em outra "Há Costureira".
Do buteco, onde o biscoito é mucho, ta seu João, o "João do bar".

"Olha.. o...gás!!..."
Boa tarde Dna Maria. (outra Maria? há quantas Marias?)

ziiiiiiiiiiiii..... "Amolador Paraíba"!
Gusmão desce sem parar ofegante alegria, ofegante garoto.
aahh.... como um alívio...
Embaixo Gusmão se ajeita, respira...

E segundo ele, sentiu que tudo parecia música.

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